segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Finanças também são motivo do sucesso do Vasco em 2011

Antes de sair de cena em razão do AVC hemorrágico sofrido durante o clássico com o Flamengo, no último dia 28, Ricardo Gomes ressalta a importância de se somar pontos na virada do turno para manter vivo o sonho do pentacampeonato brasileiro. O Vasco, na ocasião, brigava para entrar no G-4, estava a 11 pontos do líder Corinthians, mas mantinha o compromisso de brigar pelo título mesmo já assegurado na Libertadores 2012.

Diferentemente do time paulista e de outros aspirantes à ponta da tabela, como Flamengo e São Paulo, o time de São Januário se destacou pela regularidade. E assim, pela primeira vez, em 24 rodadas, os vascaínos assumem a liderança da competição, com 45 pontos. Para um grupo que há três meses conquistara a Copa do Brasil, nenhuma surpresa. O iG listou dez motivos que fazem do Vasco uma equipe em alta na temporada 2011.

Ricardo Gomes – A chegada de Ricardo Gomes, no começo de fevereiro, mudou o ambiente no clube. O antecessor Paulo César Gusmão estava desgastado com o grupo. Além disso, Carlos Alberto e Felipe não rendiam o esperado. Ricardo assumiu a equipe e sua primeira missão foi trabalhar o lado psicológico dos jogadores. Em conversas separadas, devolveu a confiança a vários jogadores. Aos poucos, o time foi conseguindo as vitórias, a torcida voltou a apoiar e o clima mudou. Time de melhor campanha no segundo turno do Campeonato Carioca, foi finalista da Copa do Brasil e se sagrou campeão sobre o Coritiba.

Novos parceiros – A saúde financeira do Vasco hoje é diferente dos primeiros anos da sua administração. O salto veio em 2010. Com a entrada do banco BMG e da rede de postos Ale, o clube passou a faturar R$ 27 milhões por temporada. A distribuição é a seguinte: a principal cota pertence à Eletrobrás (R$ 14 milhões). Em seguida, BMG e Penalty, fornecedora de material esportivo, pagam 5 R$ milhões cada. A Ale entra com a menor receita: R$ 3 milhões Com estas receitas, sem falar na cota de TV, a diretoria pode montar uma equipe competitiva, contratando Diego Souza, Alecsandro e Leandro, nomes que se juntaram a jogadores como Fernando Prass, Dedé, Anderson Siva, Rômulo e Eder Luis, e assim o Vasco passou a ter uma boa base.

Ambiente sem vaidade – É comum no futebol falar em vaidade entre jogadores. Briga por altos salários, espaço na mídia, carinho com a torcida são fatores que costumam pôr um trabalho a perder quando há falta de comando. No Vasco, este ano, o clima é de profissionalismo. Felipe, então craque do time, não se incomoda em receber menos que Diego Souza (R$ 280 mil mensais). Juninho Pernambucano, que recebe apenas um salário mínimo, é o maior exemplo disso. Voltou ao clube sem pensar em “roubar” o Vasco. Mesmo na reserva, o experiente Eduardo Costa não briga quando perde a posição. Bernardo, artilheiro da equipe na temporada, com 13 gols, nunca peitou o treinador exigindo a vaga de titular. O ambiente de trabalho é muito bom.

Boa fase dos coadjuvantes – Dedé havia sido eleito o melhor zagueiro do Brasileiro em 2010. Este ano, repete a boa forma. Ou melhor, está evoluindo a cada partida. Tanto que já chegou à seleção brasileira. Ao seu lado, Anderson Martins, recentemente negociado com o futebol do Catar, foi tão fundamental quanto o companheiro. Também foi impecável na defesa. Outra surpresa foi Rômulo. Com apenas 22 anos, o desconhecido volante virou intocável no esquema de Ricardo Gomes. Outro volante, Allan, também surpreendeu. Com a lesão de Fágner durante a Copa do Brasil, ele foi improvisado na lateral direita e aprovou – chegou a ser chamado para a seleção sub 20.


Experientes e decisivos – As principais contratação da temporada no primeiro semestre foram Diego Souza e Alecsandro. Na reta final da Copa do Brasil, a dupla foi decisiva. Os dois marcaram gols importantes no momento mais delicado. Alecsandro, por exemplo, fez no Rio e em Curitiba na final contra Coritiba. Diego desbancou o Avaí na semifinal.

Espírito de equipe – O bom ambiente criado por Ricardo Gomes tem sido tão decisivo para a ascensão da equipe que mesmo sem o treinador, afastado há três semanas após sofrer um AVC durante o clássico com o Flamengo, o espírito de competição saudável permanece. A maior prova disso foi a declaração de Cristóvão Borges, seu auxiliar-técnico, após a goleada de 4 a 0 sobre o Grêmio. O interino disse que o time briga de forma sadia pela posição. Na ausência de Felipe e Juninho, nas últimas partidas, quem entrou mostrou empenho e motivação. Assim, o time ganha em peça de reposição.

Pré-temporada – Mesmo com a demissão de PC Gusmão, a atual comissão técnica ressalta a importância do trabalho realizado no começo da temporada. A pré-temporada foi fundamental para que o grupo alinhasse condicionamento e evitassem lesões. Ao longo de temporada, Gomes teve casos pontuais de jogadores machucados, mas nada de departamento médico cheio. Também não se viu um atleta fora de combate por pouco tempo. A manutenção do estado clínico dos jogadores é acompanhado de perto por médicos e preparadores físicos.



Juninho Pernambucano – O meia voltou ao Vasco depois da conquista da Copa do Brasil, mas na campanha do Brasileiro, vem dando a sua contribuição. Ainda não é o Juninho da década passada, mas vem sendo fundamental quando entra. Principalmente nas bolas paradas. Muitos gols nascem de um passe ou lançamento seu.

Regularidade – Corinthians, Flamengo e São Paulo desperdiçaram pontos preciosos no último mês. Com pontos de vantagem sobre os rivais na parte intermediária da tabela, os três clubes vivem uma espécie de crise passageira, mas o fato é o Vasco é o único entre os líderes que não copiou este modelo. Pelo contrário. O time tem perdido uma média de apenas um jogo a cada mês, o que permite o crescimento da equipe durante o fim do primeiro turno do Brasileiro e a fase atual.

São Januário – Enquanto as torcidas de Flamengo e Fluminense ainda estão se acostumando aos jogos no Engenhão desde o fechamento do Maracanã – a mudança geográfica ainda dificulta o acesso de rubro-negros e tricolores. Já os vascaínos não têm este problema. O “caldeirão” de São Januário é a casa do time da Colina. Colada ao alambrado, a torcida empurra o time mesmo nos momentos mais delicados. Foi assim na Copa do Brasil e a história vem se repetindo no Brasileiro.

Fonte: Blog da Redação - IG Esportes

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