http://globoesporte.globo.com/platb/teoria-dos-jogos/2011/09/09/venda-de-camisas-em-2010/
Um dos assuntos que muito interessam ao torcedor se refere a quem vende mais camisas oficiais no Brasil. Com isto em mente, enveredei esforços ao longo das últimas semanas, apurando e pesquisando sobre o tema. O resultado pode ser conferido a seguir:
1) Flamengo/Olympikus* 1,3 milhão
2) Corinthians/Nike** 1,038 milhão
3) Palmeiras/Adidas** 1,027 milhão
4) São Paulo/Reebok* 380 mil
5) Inter /Reebok* 280 mil
6) Cruzeiro/Reebok* 150 mil
7) Figueirense/Fila 40 mil
8) Atlético-GO/Super Bolla 10 mil
9) Paraná Clube/Kanxa 2.839 unidades
* Informações apuradas extra-oficialmente
** Informações divulgadas na mídia
Antes de tudo, gostaria de esclarecer que o ranking acima é de elaboração bastante complexa. Infelizmente, diversos clubes não se propuseram a disponibilizar seus dados, entre eles Santos, Atlético-PR, Atlético-MG, Coritiba e Vasco. Tudo por conta das “clausulas de confidencialidade”, tão comuns no contrato com fornecedores de material esportivo. Outros (como Botafogo, Fluminense, Grêmio, Avaí e Bahia) não retornaram aos contatos realizados. Por isso, mesmo a contragosto, a lista reflete a realidade do mercado de forma apenas parcial.
Logo de cara, nos deparamos com a liderança rubro-negra em mais este departamento. Surpreende o fato de o Flamengo ter vendido tantas camisas em 2010 quanto em 2009 – ano do hexa (em apenas seis meses, ressalta-se). Nem a má vontade da torcida com o logo da Batavo (ampla, geral e irrestrita) ou a péssima campanha no Brasileirão foram capazes de ofuscar a euforia proporcionada pelo Império do Amor.
Uma informação interessante divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, da Veja: entre as 1,3 milhão de camisas do Flamengo, aproximadamente 100 mil foram da terceira camisa azul e amarela – sucesso especialmente entre os pequenos torcedores. Eis um ranking que seria muito interessante. Entrariam na conta a camisa roxa do Corinthians, a cruz templária vascaína, as camisas laranja e grená do Fluminense e a verde-limão do Palmeiras.
Em seguida, surge um derby paulistano incrivelmente equilibrado. O pouco mais de um milhão de peças vendidas pelo Corinthians são excelentes, mas se justificam pelo ano do Centenário e o efeito-Ronaldo – maior case de sucesso na história do marketing nacional. Já os números palmeirenses soam espetaculares. Há anos sem títulos e em sucessivas crises políticas, a torcida do Palmeiras conseguiu minimizar a enorme diferença no tamanho das duas massas. E provou que “fidelidade” não é exclusividade alvinegra.
Posteriormente, vemos o São Paulo em uma posição pouco usual. Quando o tricolor paulista dominou o Campeonato Brasileiro – no triênio 2006-2008 – costumava liderar o ranking vendendo cerca de 400 mil peças/ano. Percebe-se que ao perder a preponderância, a torcida deixou de responder, demonstrando grande sensibilidade aos resultados esportivos.
A partir de então, Internacional e Cruzeiro se enquadram na faixa em que a maior parte dos ausentes se encontraria. O Figueirense foi outro a vender muito bem, especialmente pelo alcance local do clube. É possível que as vendas de Atlético-PR e Coritiba tenham acontecido neste mesmo patamar. Verifica-se que uma boa campanha no acesso (da B à A – caso do Figueira) costuma render mais do que o normal. É o caso do Atlético-GO, que comercializou 12 mil peças no acesso (2009), mas caiu para 10 mil em 2010. Na lanterna aparece o Paraná Clube, único representante da segundona entre os relacionados.
Diante do exposto, verificamos que o futebol brasileiro realmente decolou nos últimos anos – fruto do aumento no poder aquisitivo e do bom desempenho da economia. Este grande boom chegou ao ponto de elevar nossos maiores clubes ao nível de gigantes europeus.
Levantamento feito pelo site Sporting Intelligence (http://www.sportingintelligence.com/2010/08/31/revealed-the-worlds-best-selling-club-football-shirts-310802/ linkar)
comprova que Real Madrid e Manchester United venderam – entre 2005 e 2009 – entre 1,2 e 1,5 milhão de camisas. Em crise, não houve evidência de crescimento para 2010.
Há alguns anos, era praxe ouvir que “quando o futebol brasileiro se profissionalizasse, ninguém seguraria”. Pois aos trancos e barrancos, a bonança econômica fez com que aquele futuro distante chegasse. Apesar de haver bem menos profissionalismo do que o desejado, este é um momento único e não pode ser desperdiçado. Principalmente porque não se sabe até quando a tormenta que assola as economias mundiais continuará chegando como simples marolinha.
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