Secopa encaminhou o contrato para que a Advocacia Geral do Estado (AGE) possa confirmar sua legalidade
A parceria do Atlético com a BWA Arenas, que conquistou em dezembro o direito de administrar o Independência pelos próximos dez anos, foi parar no tapetão. O contrato firmado entre as partes já foi encaminhado pela Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) para a Advocacia Geral do Estado (AGE), para que sua legalidade seja confirmada.
A dúvida principal é que o edital de licitação da concessão do Independência impede a participação de pessoas ligadas a entidades desportivas de futebol no processo. E algumas cláusulas do compromisso do Atlético com a BWA dão ao clube, mesmo que indiretamente, poder de gestor.
A questão mais polêmica está na cláusula 11.14, que dá direito ao Atlético de impedir que outra equipe mande uma partida contra ele no Independência. A exceção é feita apenas ao que está citado no contrato de concessão.
O contrato de concessão do Independência protege apenas o América. Na prática, isso indica que o Atlético tem o direito de não aceitar que o Cruzeiro mande um clássico contra ele no Independência.
Além disso, o Atlético tem a preferência de utilização do estádio. Mais uma vez o América está resguardado pelo edital. Mas o Cruzeiro, não. E caso os dois rivais tenham uma partida no mesmo dia, o Galo decide quem joga no Horto.
Isso acontece porque, ao contrário do edital do Mineirão, que protege os três clubes de Belo Horizonte (América, Atlético e Cruzeiro), no Independência, apenas o Coelho, que é dono do estádio e o repassou ao Governo por 20 anos, está resguardado. Galo e Raposa não são citados no documento.
O Atlético tem ainda participação em todas as receitas do estádio, como "naming rights", lanchonetes, estacionamento e ambulantes. O edital do Mineirão prevê que os clubes lucram apenas nos ingressos.
Em troca, na cláusula 11.12, o Atlético se compromete a disputar todas as suas partidas como mandante no Independência. Apesar disso, o presidente Alexandre Kalil declarou, num programa de televisão, que tem interesse de negociar com o Mineirão, desde que a participação dos clubes na receita seja ampliada.
Kalil garante que o contrato foi feito de forma criteriosa, por advogados competentes, e que não há ilegalidade na parceria com a BWA. O dirigente chegou a revelar que o compromisso já foi analisado pelo Ministério Público Estadual, que não viu nenhuma irregularidade.
As informações são de que o contrato está sendo preparado há cerca de cinco meses. Se isso for verdade, ele começou a ser tratado antes da abertura dos envelopes da licitação do estádio do Horto, que foram abertos em 5 de dezembro do ano passado. A BWA é parceira antiga do Atlético, pois começou a prestar serviços ao clube em 1996. Sua relação com o Cruzeiro é recente.
BWA faz peregrinação pela cidade para apagar “incêndio”
O dia seguinte à divulgação do contrato que firmou com o Atlético foi de “bombeiro” para os executivos da BWA. Eles passaram quase toda a manhã com a diretoria do Cruzeiro, numa visita ao Estádio Independência. As duas partes garantem que estão em negociação para também firmar um contrato.
Após o encontro, o presidente cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares, deixou a possibilidade em aberto, mas descarta que seu clube assine um contrato de exclusividade com o Independência.
“O estádio será usado para jogos do Campeonato Mineiro e até nas primeiras fases da Copa do Brasil. Mas, no ano que vem, teremos o Mineirão e os grandes jogos têm que ser disputados lá”, afirma o dirigente cruzeirense.
Após o encontro com os cruzeirenses, os executivos da empresa foram para a Secopa, para uma reunião com o secretário Sérgio Barroso.
O América, apesar de protegido pela licitação, vai esperar o posicionamento da Secopa após a análise do contrato pela AGE.
De toda forma, a primeira disputa do “novo” Independência já está em campo. O tapetão vai decidir se o presidente Alexandre Kalil marcou o primeiro gol, driblando América e Cruzeiro, ou se seu chute foi para fora.
http://www.hojeemdia.com.br/esportes/parceria-entre-atletico-e-bwa-vai-parar-no-tapet-o-1.406751
A dúvida principal é que o edital de licitação da concessão do Independência impede a participação de pessoas ligadas a entidades desportivas de futebol no processo. E algumas cláusulas do compromisso do Atlético com a BWA dão ao clube, mesmo que indiretamente, poder de gestor.
A questão mais polêmica está na cláusula 11.14, que dá direito ao Atlético de impedir que outra equipe mande uma partida contra ele no Independência. A exceção é feita apenas ao que está citado no contrato de concessão.
O contrato de concessão do Independência protege apenas o América. Na prática, isso indica que o Atlético tem o direito de não aceitar que o Cruzeiro mande um clássico contra ele no Independência.
Além disso, o Atlético tem a preferência de utilização do estádio. Mais uma vez o América está resguardado pelo edital. Mas o Cruzeiro, não. E caso os dois rivais tenham uma partida no mesmo dia, o Galo decide quem joga no Horto.
Isso acontece porque, ao contrário do edital do Mineirão, que protege os três clubes de Belo Horizonte (América, Atlético e Cruzeiro), no Independência, apenas o Coelho, que é dono do estádio e o repassou ao Governo por 20 anos, está resguardado. Galo e Raposa não são citados no documento.
O Atlético tem ainda participação em todas as receitas do estádio, como "naming rights", lanchonetes, estacionamento e ambulantes. O edital do Mineirão prevê que os clubes lucram apenas nos ingressos.
Em troca, na cláusula 11.12, o Atlético se compromete a disputar todas as suas partidas como mandante no Independência. Apesar disso, o presidente Alexandre Kalil declarou, num programa de televisão, que tem interesse de negociar com o Mineirão, desde que a participação dos clubes na receita seja ampliada.
Kalil garante que o contrato foi feito de forma criteriosa, por advogados competentes, e que não há ilegalidade na parceria com a BWA. O dirigente chegou a revelar que o compromisso já foi analisado pelo Ministério Público Estadual, que não viu nenhuma irregularidade.
As informações são de que o contrato está sendo preparado há cerca de cinco meses. Se isso for verdade, ele começou a ser tratado antes da abertura dos envelopes da licitação do estádio do Horto, que foram abertos em 5 de dezembro do ano passado. A BWA é parceira antiga do Atlético, pois começou a prestar serviços ao clube em 1996. Sua relação com o Cruzeiro é recente.
BWA faz peregrinação pela cidade para apagar “incêndio”
O dia seguinte à divulgação do contrato que firmou com o Atlético foi de “bombeiro” para os executivos da BWA. Eles passaram quase toda a manhã com a diretoria do Cruzeiro, numa visita ao Estádio Independência. As duas partes garantem que estão em negociação para também firmar um contrato.
Após o encontro, o presidente cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares, deixou a possibilidade em aberto, mas descarta que seu clube assine um contrato de exclusividade com o Independência.
“O estádio será usado para jogos do Campeonato Mineiro e até nas primeiras fases da Copa do Brasil. Mas, no ano que vem, teremos o Mineirão e os grandes jogos têm que ser disputados lá”, afirma o dirigente cruzeirense.
Após o encontro com os cruzeirenses, os executivos da empresa foram para a Secopa, para uma reunião com o secretário Sérgio Barroso.
O América, apesar de protegido pela licitação, vai esperar o posicionamento da Secopa após a análise do contrato pela AGE.
De toda forma, a primeira disputa do “novo” Independência já está em campo. O tapetão vai decidir se o presidente Alexandre Kalil marcou o primeiro gol, driblando América e Cruzeiro, ou se seu chute foi para fora.
http://www.hojeemdia.com.br/esportes/parceria-entre-atletico-e-bwa-vai-parar-no-tapet-o-1.406751